FEIRAS NORDESTINAS
Poema de Antonio Miranda
Feiras do meu país, semanais,
cotidianas, onde não chegaram
ainda
os super-mercados, os shopping-centers.
Todo o Nordeste se congraça,
troca, circula e se conhece aqui.
Ama, ouça os pregões estridentes
dos vendedores populares.
Vieram de longe, em jegues,
do sertão, sinuosos caminhos,
caminhões, ainda madrugada.
Feira de Santana, Amargosa, Água-de-Meninos;
em Teresina, às margens do Parnaíba;
em Tinguá, Codó, São Benedito, Mossoró,
ou no velho mercado de Aracaju.
Feiras gerais, por vezes típicas,
feiras dominicais,
feiras disso e daquilo,
sempre a feira nordestina.
[Escrito em viagem, aos 22 anos de
idade, em 1963, pelo Nordeste.]
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